La La Land

Depois de ter decidido que não ia comprar um microondas (e curiosamente ter conseguido descobrir no outro dia uma lasanha no meu congelador que só pode ser feita no microondas...), deparei-me com um facto perturbador.

Como descongelar comida sem que se estrague por ter ficado cá fora ao calor o dia todo, seque horrivelmente por ter ficado a descongelar no frigorifico (estraguei dois hamburguers com este metodo), ou ter de comer hamburguers congelados como se fossem gelados?

Depois de matutar sobre como ia resolver esta questão e de comer muita taça de cereais ao jantar (não Chocapic pq esse é o trademark da Leonor), descobri no sábado um aparelho que eu julgava um mito: uma forma de descongelar qqr produto em poucos minutos sem recorrer a electricidade ou lança-chamas. E ainda por cima barato!

Ao chegar a casa abri a caixa e descobri que tinha gasto 20€ numa placa de metal que encaixa num tupperware onde deveremos deitar agua quente e onde a comida congelada dever ser pousada até descongelar... basicamente um banho-maria mas mais sofisticado!

Calculo que se me deparar sozinha numa ilha deserta não vá durar muito tempo...

Ei! mas ao menos já comi uns bifinhos à maneira em casa....

hoje apercebi-me que fui primeiro à secção das cervejas que à do leite no super e que não obstante isso optei por trazer mais cerveja que leite...

O meu chão está tão lavadinho (ah ah sim sim ela sabe o que é um balde e uma esfregona, essas piadinhas já as ouvi todas do ultimo telefonema com os papás), q cada vez que entro na sala sem ser descalça faço mais movimentos de patinagem que a selecção americana nos jogos olimpicos.

O meu quarto está tão arrumadinho (comprei hoje uma torre de prateleiras das que se penduram no varão do armário), q cada vez que lá entro não o reconheço.

O meu terraço está tão organizadinho que até tem uma capa para proteger as almofadas gigantes q comprei no outro dia do pó e da caca das gaivotas. Sim! Gaivotas! não são pombas como eu pensava e sim gaivotas os bichos cagões no meu terraço. Não fosse o barulho que fazem que me faz pensar que vivo em frente à praia e testaria a teoria de que o alkaseltzer torna as gaivotas em bombinhas de carnaval. BUM! BUM! BUM!

ahahahah... a proxima viagem as Berlengas vai ser bem mais divertida....

Ontem às cinco para as duas da tarde um determinado edificio de uma determinada cidade europeia onde trabalha e vive uma determinada garota fez disparar uma série de alarmes e cortar a luz de todo o prédio.

Ora se pensarmos que estamos a falar de um país com uma semi-extinta/semi-adormecida facção terrorista, um bastante conhecido e divulgado ataque terrorista na sua capital e um muito recente acidente no metro de uma cidade muito proxima com consequencias fatais é bastante natural ver todas as pessoas do edificio a sair apressadamente, umas mais que outras, outras a correr...

"Ah e tal vou almoçar. Tchau!"
"ãh?! já? Mas mas... a tua carteira...."
(vazio)

No meu escritório todos se levantaram ordenadamente, pegaram nas suas coisas e foram comer, pensando que estas coisas são como os dias de chuva, nunca acontecem durante o horário de expediente.

Escusado será dizer que a je, boa alfacinha de coração tripeiro, como trabalha num portátil e a net não tinha sido cortada continuou sentadinha a trabalhar durante todo o evento.

"No bajas?"
"Na. Tenho de enviar este email antes de sair"
"Mas el alarme?!"
"ah.... deve ser alguem preso no elevador!"
"Y la luz?"
"'Tá-se melhor assim! Faz menos calor."
"?!?!?!?"
"Bom, mas já agora avisa lá em baixo o porteiro de que ainda há gente aqui. Obrigada"

Escusado será dizer que não era nada, um curto circuito que fez disparar o sistema de alarme e segurança que cortou a luz. Mas o interessante foi ver a diferença de culturas a funcionar. Os espanhois bazaram imediatamente, os tugas borrifaram completamente.

Trouxe-me de volta as recordações do primeiro ano no IADE em que o alarme de incendio tocava pelo menos uma vez por dia durante o primeiro mês (edificio novo) e ninguém se levantava mas toda a gente tinha planos secretos de como descer do edificio pelo lado de fora através das cruzes.

Good times...

(Isto não tem assim tanta piada e podia ter sido pior. Não me posso esquecer q n estou a viver na santa terrinha e que aqui as probabilidades são bem mais reais.)

Para 99,9% das raparigas o cabeleireiro é um assunto muito importante e que não pode ser levado na desportiva.

Não exageremos, não acho que sejamos como as americanas que essas são obcecadas mas tb não somos como os rapazes q (e ainda assim essa tendencia está a mudar), podem ir na rua, passar por um barbeiro e decidir ir cortar o cabelo. As garotas no geral, levam muito a sério a quem é que dão a liberdade de passar com uma tesoura pelo cabelo e quando encontram o cabeleireiro certo não mudam por dá cá aquela palha. E é por isso q estão normalmemte dispostas a pagar pipas de massa por um corte de cabelo e segundo reza a tradição não revelam aos respectivos nem sobre decreto quanto lhes custa cada visita.


No meu caso, não mudo de cabeleireiro há uns 5 ou 6 anos. Pago caro mas vale a pena. Longe vão os dias em que ia com a minha mãe à Isabel Queiros do Vale e saia de lá a chorar pq n tinha conseguido convecer ninguém de que não queria franja...


Mas vamos ao que interessa.


Quando cortei o cabelo em Fevereiro e passei de uma melena bastante comprida para um corte arrapazado o que pensei foi, "boa, que agora vai começar o calor (sim, o Tico e o Teco na altura não pensaram que o principio de Fevereiro é também o principio do Inverno e que daí até ao calor ainda faltam 4 meses...eu culpo a televisão!), e qdo estiver seja lá onde for (na altura já sabia q não ia p a Alemanha mas ainda andava no limbo dos destinos...) vai dar jeito, para além de que vida nova, cabelo novo!"

O mundo está cheio de desculpas infelizes para cortar o cabelo e eu sou a autora de várias delas. Não sou conhecida pelas minhas extensas reflexões na altura de agir...

Claro que agora está um calor desgraçado, já se passaram quase 5 meses desde q cortei o cabelo e agora está naquela fase de "não é carne nem é peixe" dos cabelos em que está demasiado curto para se conseguir apanhar e demasiado comprido para não fazer calor... Não tenho vontade nenhuma de ir a um dos 1500 cabeleireiros que há em Barcelona que não inspiram confiança e morro de calor todos os dias.

Raiospartam as minhas ideias peregrinas...